domingo, 31 de outubro de 2010

ATÉ QUE PONTO VALE A PENA?


Para os que não me conhecem , ou os que nunca perceberam, tenho muitas cicatrizes, todas elas dignas de uma boa história pra contar.

Uma em particular chamou minha atenção nesta semana.

Quando tinha aproximadamente oito anos resolvi começar a experimentar a ciência. Nesta época meus pais trabalhavam fora o dia todo, e meu irmão estudava a tarde. Como eu estudava de manhã, passava as tardes sozinha.

Naquela tarde em especial, eu estava um pouco mais entediada que o normal e então resolvi brincar.
As bonecas se tornaram cansativas, a televisão ainda mais.
Quando fui à cozinha apanhar algo para comer consegui enxergar algo mais interessante, o fogo.

Confesso que pensei dez vezes antes de pegar a caixinha de fósforos, mas que mal poderia me causar?
Eu sabia que o fogo era perigoso, portanto tomaria o máximo de cuidado.

Comecei a acender e apagar os fósforos, aquela brincadeira com certeza era mais divertida.
Com o passar do tempo resolvi que já estava na hora de passar de nível. Comecei então a procurar itens que pudessem ser queimados.
Abri gavetas, potes, armários, quando de repente avistei.
Em cima da estante estava minha tiara de cabelo predileta. Ela era feita de bolinhas de plástico que imitavam perolas.
Sem pensar muito a peguei, e então me preparei para minha grande experiência.

Não é que a tiara não fosse importante pra mim, mas a vontade de me arriscar no momento era maior.
Respirei, pensei, e então lá fui eu para minha “incrível” aventura.

Não tive tempo nem de aproveitar o momento. A gota de plástico derretida grudou imediatamente em meu dedo e a dor que senti não foi bem a sensação que estava buscando.

Hoje, quando conto aos meus colegas o motivo da marca em meu dedo a história pode até parecer engraçada, mas a frustração que senti na hora por ter perdido ao mesmo tempo minha tiara, minha diversão, e um pedacinho da minha pele não foi nada divertida.

Será que valeu a pena?

Agora você talvez esteja se perguntando, aonde ela quer chegar com isso?
Digamos que encontrei uma história parecida na bíblia.

Você encontra esta história no capítulo 15 de evangelho de Lucas.

Ela conta sobre um garoto que também buscava algo mais.
O caçula um belo dia resolveu que não desejava mais ficar na casa do pai, talvez as coisas haviam se tornado monótonas por lá, talvez ele estivesse querendo um pouco mais de diversão.

O motivo real a bíblia não menciona, mas ela nos conta que ele pediu tudo o que lhe pertencia.
O pai respeitou a vontade do filho, dividiu seus bens e então o garoto partiu.

No começo a diversão era total. Dinheiro para aproveitar a vida sem regras, diversão, fartura. Não haviam motivos para reclamações.
Mas o tempo passou e o dinheiro acabou.

Sem dinheiro e sem ter para onde ir o garoto resolveu então buscar trabalho, e encontrou como guardador de porcos.
Sua fome chegou a tal ponto que desejou comer a mesma comida que os porcos comiam.

A fome veio, e a saudade da situação antiga começou a bater à porta do coração.

A ferida já estava feita, seus bens mais preciosos já estavam sacrificados, a aventura não tinha valido a pena.
Talvez a vontade de brincar com o desconhecido agora já não existisse mais.

Foi aí que o filho resolveu se lembrar da mesa farta da casa do pai, da casa aconchegante, da voz do pai lhe dizendo “Te amo”.
O filho voltou pra casa e então foi recebido pelo pai de braços abertos.

As feridas tornaram-se cicatrizes, a fome foi saciada e um amor novo nasceu no coração tanto do pai quanto do filho.

Tudo bem, na época da brincadeira eu não tinha a real noção do que a junção de plástico e fogo poderia fazer comigo, mas e quantas vezes não fazemos a mesma coisa em nossas decisões?

Quantas vezes não abrimos mão de algo especial para experimentarmos a sensação da adrenalina que o mundo nos oferece?
Abrimos mão de pessoas especiais,
de caminhos corretos,
de princípios,
da presença de Deus.
...
E a minha pergunta é: Até que ponto vale à pena?

A bíblia nos conta que “As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, E não subiram ao coração do homem, São as que Deus preparou para os que o amam." 1Coríntios 2 v9 e "desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além do Senhor Deus, que trabalha para aquele que nele espera.” Isaías 64.4

Ou seja, os planos de Deus pra sua vida são muito maiores e melhores do que você já ousou imaginar.
Nada e nem ninguém poderá te oferecer tamanha satisfação.

Deus sempre te amará.
Independente do numero de cicatrizes, frustrações, mágoas ou medos que você carregue consigo ele sempre te esperará de braços abertos.

Mas qual é o Pai que deseja que o filho aprenda da maneira mais dolorosa?
Enfim, até que ponto vale à pena?

Hoje depois de cicatrizes no corpo e na alma aprendi a responder a pergunta.
Hoje posso dizer: Não vale a pena arriscar se não for pra pular nos braços do Pai.

2 comentários:

Janete e Beto disse...

Lindo!!!!Amei!!!!
Beijo.

Paulo Tamburro disse...

LINDÍSSIMO TEXTO NAIADI.

PÁRABÉNS , VOLTAREI SEMPRE AQUI!!!

CONVITE: VISITE MEU BLOG DE HUMOR: "HUMOR EM TEXTO".

AQUI VAI UM TRECHO, E SE GOSTAR, LEIA TUDO.

O CARDÍACO.

Certas pessoas carregam consigo o eterno e sombrio medo de uma doença.

São os hipocondríacos que podem ser polivalentes,quando acreditam terem dezenas de doenças simultâneas e tomam muitos e variados remédios indiscriminadamente, sem a menor preocupação de se intoxicarem.

Porém existe aquele que elege uma doença, e com ela convive o resto da vida.

O Adamastor é um caso típico..."

LEMBRE-SE QUE SEU COMENTÁRIO , PARA MIM E MUITO IMPORTANTE.

UM ABRAÇÃO CARIOCA!