sexta-feira, 17 de junho de 2011

TECELÃO DE HISTÓRIAS


Percebe aquele homem tecendo aquela túnica?
Aquele é Israel, e ele está fazendo uma túnica para José o caçulinha da família.
A túnica é linda não é?
Você ainda não pode vê-la assim porque ela ainda não está pronta. Para tecer algo é preciso virá-lo do avesso, mas no final de tudo, todas aquelas cores e fios entrelaçados iram formar uma linda túnica colorida.

Não é só com túnica de José que isto acontece. O mesmo se repete em sua história.

Nem mesmo se passasse horas olhando para o lado avesso de sua túnica colorida ele conseguiria imaginar quantas voltas sua vida daria a partir dali.

Resumidamente o livro de Gênesis nos conta que José era o filho predileto de Israel, e seus irmãos não gostavam nada disso. José tem dois sonhos em que Deus deixa evidente que iria exaltá-lo e isto gera ainda mais inveja entre os irmãos. (Gênesis 37)
Um belo dia, talvez nem tão belo assim, José vai ao encontro de seus irmãos e então é preso, jogado em uma cova, sua túnica é manchada com o sangue de um animal para que ele seja dado como morto e ele é vendido como escravo. (Gênesis 37)

Vai trabalhar como mordomo na casa de Potifar, porém a dona patroa ( esposa de Potifar) resolve querer mais do que apenas seus serviços de mordomo. Ele foge. Ela não gosta. Ela arma uma emboscada e José é promovido de escravo para prisioneiro. (Gênesis 39)
Lá na prisão novamente Deus trabalha para que José seja reconhecido como um homem bom. Tão bom que era capaz de cuidar dos outros detentos.
Interpreta sonhos, pede para ser lembrado, no entanto é novamente esquecido. (Gênesis 40)
José fica preso por mais dois anos.

Tempos depois Faraó tem um sonho e precisa de alguém que o interprete. Finalmente José é lembrado e depois de alguns detalhes da história se torna governador do Egito. (Gênesis 41)
Ufa! Se não tomarmos cuidado as linhas da história acabam se embaralhando em nossa mente não é?
Quantas idas e vindas. Quantas voltas. Quanto nó.

Pegue pontos isolados da narração e você não entenderá a beleza dos desenhos.

Que José não era como os outros já estava muito claro, mas era mesmo necessário vendê-lo como escravo?
Que Israel o amava mais do que os outros todos já haviam percebido, mas era necessário dizer que seu caçula havia morrido?

Precisava mesmo haver prisão, calúnia, solidão? Eram necessários 2 anos a mais de cadeia?

Pegue as linhas coloridas da alegria de um adolescente de 17 anos, entrelace com sonhos que Deus lhe dera durante a noite, enrole com as cores vivas do amor de Israel visivelmente maior por ele do que por seus irmãos, transpasse com as linhas escuras de uma cova abandonada, as vermelhas do sangue de um animal morto, misture com as linhas nubladas da inveja de seus irmãos, alinhave com prisão, injustiça, calúnia e esquecimento e você vera tecida a história de um grande governador.

Não consegue enxergar? Muito provavelmente José também não conseguiria.
Mas é exatamente assim que Deus tece nossas histórias.
Deus não vê linhas isoladas.

Assim que te sobrar um tempo corra até a blusa de lã mais desenhada, ou ao tapete colorido da sala de estar. Olhe do avesso e perceba que, deste ângulo, não é tão bonito assim.
As cores ficam bagunçadas, os desenhos perdem o sentido, mas como a musica de João Alexandre diz “... no fim das contas tudo se explica, tudo se encaixa, tudo coopera pro bem...”

Bons tapeceiros e tacelãos não se enganam. Sabem o fim desde o começo. Independente de quantas voltas e tranças sejam feitas o fio da meada estará sempre sob seu controle.

E é assim que o Tapeceiro Deus tece a minha e a sua vida. Entrelaçando as cores para que no fim tudo faça sentido.
Talvez hoje suas perguntas sejam:
Preciso mesmo sentir este medo?
Precisam haver estas dívidas?
Preciso mesmo me sentir tão sozinha?
...
Tem mesmo que ser assim?
...
Não se faz um belo desenho sem o contraste das cores vivas com as nebulosas.
Foi assim na história de José e assim é também em nossa história.

Existe alguém capaz de controlar melhor os enlaces da trama de sua vida se não o Deus tecelão de histórias?

O importante é lembrar que quando permitirmos que ele trabalhe em nós como o artesão, e deixamos que ele nos transforme em Obra de arte para sua Honra e Glória, tudo passa a fazer sentido.
“ E sabemos que todas as coisas cooperam juntamente para o bem daqueles que amam ...” Romanos 8 v28

“... No fim das contas, tudo se explica, tudo se encaixa, tudo coopera pro meu bem. Quando se vê pelo lado certo todas as cores da minha vida dignificam a Jesus Cristo, o Tapeceiro” João Alexandre.

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