sábado, 2 de abril de 2011

ELE ESCOLHEU O AMOR



Toda vez que leio a história da crucificação de Cristo, sinto uma imensa revolta quando chego a cena do calvário.

Visualize, um homem inocente está sendo crucificado.
Todo o peso de seu corpo está sendo sustentado sobre três estacas de madeira que atravessam suas mãos e pés.
Ele sente cãibra, o sol está escaldante, agüentou 40 chibatadas e suas feridas estão sangrando.
Cuspiram em seu rosto.
Em sua cabeça colocaram uma cora de espinhos maduros o suficiente para cortar sua carne, flexíveis o suficiente para moldar sua cabeça.
Em frente a cruz suas roupas estão sendo sorteadas pelos guardas.
Alem de ser pregado na cruz, Ele teve de peregrinar com ela sobre seus ombros durante cerca de meio quilômetro.

Isso já não seria o suficiente?

Por mais incrível que pareça, para a multidão que contemplava Jesus , não era.
De longe pode-se escutar as acusações, blasfêmias e injúrias.

“Se tu és o Rei dos Judeus, salva-te a ti mesmo.” Lucas 23 v 37
"Ah! tu que derrubas o templo, e em três dias o edificas, Salva-te a ti mesmo, e desce da cruz." Marcos 15 v 29 e 30
"Salvou os outros, e não pode salvar-se a si mesmo." Marcos 15 v 31
" ... desça agora da cruz, para que o vejamos e acreditemos ... " Marcos 15 v 32


Nada do que o acusam tem fundamento. Estas frases tinham apenas um objetivo; humilhar o Rei dos Reis.

Que tipo de pessoa é capaz de ofender alguém prestes morrer?
Se não o querem como seu libertador porque precisam humilhá-lo?
Quem em sã consciência ofenderia um moribundo?
Quem ao olhar alguém agonizar grita insultos em seus ouvidos?

E a maior de todas as dúvidas, porque Jesus não revidou?
Ele não poderia responder? Não poderia ordenar aos seus anjos que tapassem as bocas que o ofendiam?
Ele se irou ao ver os comerciantes no templo e não respondeu ao ouvir tantas blasfêmias?
Por que ele agüentou?

Você encontrará a resposta para estas muitas questões no capítulo 53 de Isaías.

“Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. “ I saías 53 v 5


Você não o ouvirá revidar, não encontrará Jesus se armando para o bote, não achará um Cristo vingativo.

Ele, mesmo morrendo por pecados que não eram seus, mesmo magoado, roga a Deus para que perdoe aos que o ofendem

“Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” Lucas 23 v 34

Não, você não leu errado. Cristo rogou ao seu Pai para que perdoasse os que lhe insultavam.
As dores que o prendiam na cruz não lhe permitiam esquecer do porque Ele estava lá.
Se ele estava oferecendo seu sangue para perdoar aos corações lotados da amargura do pecado, como poderia desejar vingança?

Ele escolheu o amor.

Há 23 anos atrás meu pai estava passeando pela calçada com meu irmão em seus ombros e não viu a pedra enorme que estava no meio do caminho. Tropeçou e teve de escolher entre seu filho de 2 anos e agüentar o tombo. Meu pai perdeu os quatro dentes da frente. Ele escolheu o filho.

A maravilha do sacrifício da cruz é justamente lembrar-se que, assim como meu pai, Cristo tinha a opção de escolher.

Escolher entre registrar seus pecados, ou limpar sua vida com o sangue derramado na cruz.
Entre um corpo imaculado que não conhecia a dor, e um corpo que sangraria e sofreria dores terríveis ao transpassar de cada cravo.
Entre a presença do próprio Deus, e a solidão de quem não encontra nenhum defensor se quer perante seu julgamento injusto.

Optar entre a felicidade eterna, e a lágrima.
Entre ser Rei ou servo, vida ou morte.
Podia escolher entre riscar do livro da vida o nome dos que o caluniavam a beira da cruz, ou suplicar ao Deus de amor que Ele lhes perdoasse.

Escolher entre permanecer imaculado, ou ser moído por nós.
Continuar com sua reputação inquestionável ou ser humilhado por nossas iniqüidades,
Exercer seu papel de juiz ou ser castigado para nos trazer a paz,
E porque Ele escolheu os cravos, hoje somos sarados.

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